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Carlos Nougué: suas heresias e erros sobre o sedevacantismo

Atualizado: 16 de mar. de 2020



Quem é Carlos Nougué? Carlos Nougué é um gramático, professor e tradutor. Obteve a fama pelo seu livro “Do Papa Herético e Outros Opúsculos” ao ir contra o sedevacantismo. Iremos expor rapidamente algumas de suas heresias (não todas, mas o suficiente para sabermos quem é ele de verdade), e achismos errôneos, principalmente sobre o sedevacantismo e o dogma Extra Ecclesiam Nulla Salus (Fora da Igreja Não Há Salvação).


Primeiramente, gostaria de esclarecer, ainda que brevemente, o que vem a ser heresia e o que é um herege e se a posição sedevacantista é realmente correta:

A heresia é uma rejeição obstinada ou dúvida de um dogma da fé divina e católica por uma pessoa batizada. Por outras palavras, uma pessoa batizada que nega deliberadamente um ensinamento dogmático da Igreja Católica é um herege. Para além dos antipapas que reinaram de Roma devido a eleições não-canônicas, a Igreja Católica ensina que se um papa se tornasse um herege, perderia automaticamente o seu cargo e ofício e deixaria de ser papa. Este é um ensinamento de todos os Doutores e Padres da Igreja que falaram sobre este tema:


São Roberto Belarmino, De Romano Pontifice, II, cap. 30: “Este princípio é do mais certo. O que não é cristão não pode de maneira alguma ser Papa, como o próprio Caetano o disse (ib. c. 26). A razão disto é que ninguém pode ser cabeça daquilo que não é membro. Agora bem, aquele que não é cristão não é um membro da Igreja e um herege manifesto não é cristão, tal como é claramente ensinado por S. Cipriano (lib. 4, epíst. 2), S. Atanásio (Cont. aria.), S. Agostinho (lib. De grat. Christ.), S. Jerônimo (contra Lúcifer), e outros; logo, um herege manifesto não pode ser Papa.

São Roberto Belarmino, cardeal e Doutor da Igreja, De Romano Pontifice, II, cap. 30: “Um Papa que é manifestamente um herege automaticamente deixa de ser Papa e Cabeça, tal como ele deixa automaticamente de ser cristão e um membro da Igreja. Por conseguinte, ele pode ser julgado e punido pela Igreja. Este é o ensinamento de todos os Padres da antiguidade que ensinam que hereges manifestos perdem automaticamente toda a jurisdição.”

“Agora, quando ele [o Papa] é explicitamente um herege, ele cai ipso facto da sua dignidade e para fora da Igreja...” (São Francisco de Sales (séc. XVII), A Controvérsia Católica, Ed. inglesa, pp. 305-306).

Santo Antonino (1459): “No caso de o Papa ter se tornado um herege, ele encontrar-se-ia, por esse fato isolado e sem nenhuma outra sentença, separado da Igreja.Uma cabeça separada de um corpo não pode, enquanto se mantenha separada, ser cabeça do mesmo corpo da qual foi cortada. Portanto, um papa que se separe da Igreja por heresia, por esse mesmo facto, deixaria de ser a cabeça da Igreja. Ele não poderia ser um herege e continuar como Papa, porque, uma vez que está fora da Igreja, não pode possuir as chaves da Igreja” (Summa Theologica, citado em Actes de Vatican I. V. Frond pub.).

Enciclopédia Católica, “Heresia”, 1914, vol. 7, pág. 261: “Até o papa, se fosse notoriamente culpável de heresia, deixaria de ser papa porque deixaria de ser membro da Igreja.”

Cabe enfatizar que o ensinamento dos santos e doutores da Igreja, que é citado acima — que um papa que se torna um herege automaticamente deixa de ser papa — tem as suas raízes no dogma infalível de que um herege não é um membro da Igreja Católica.


Papa Eugênio IV, Concílio de Florença, “Cantate Domino,” 1441, ex cathedra: “A Santa Igreja Romana crê firmemente, professa e prega que nenhum dos que ESTÃO FORAS da Igreja Católica, não só pagãos como também judeus, HERÉTICOS e cismáticos, poderá participar na vida eterna; mas que irão para o fogo eterno que foi preparado para o demônio e os seus anjos, a não ser que a Ela se unam antes de morrer…”

Papa Pio XII, Mystici Corporis Christi, #22, 29 de Junho de 1943:“Nem todos os pecados, embora graves, são de sua natureza tais que separem o homem do corpo da Igreja como fazem os cismas, a HERESIA e a APOSTASIA.”

Portanto, não é meramente a opinião de certos santos e doutores da Igreja de que um herege deixa de ser papa; é um fato que está inextricavelmente ligado ao ensinamento dogmático. Uma verdade inextricavelmente unida a um dogma chama-se fato dogmático. Portanto, é um fato dogmático que um herege não pode ser papa. Um herege não pode ser papa porque quem está fora não pode ser a cabeça daquilo que não é membro.


“Logo, ninguém, ao menos que em união com Pedro pode partilhar da sua autoridade. É absurdo imaginar que aquele que está fora possa comandar dentro da Igreja.” - Papa Leão XIII, Satis Cognitum, #15, 29 de Junho de 1896.

“Também cremos com coração e com a boca confessamos uma só Igreja, não de hereges, mas a santa, Romana, católica e apostólica, fora da qual nós cremos que ninguém se salva.” - Papa Inocêncio III, Eius exemplo, 18 de Dezembro de 1208.

1º OBJEÇÃO: A Igreja não pode existir sem um papa, ou, pelo menos, não pode existir por 40 anos sem um papa, como dizem os sedevacantistas.


Carlos Nougué, Do Papa Herético e Outros Opúsculos, pág. 249: «Tem-se assim que é necessário que a igreja seja visível, assim como foi visível o Redentor enquanto esteve no mundo, e que, segundo o modo mesmo como ele a instituiu, tenha perpetuamente, até o fim do século, uma cabeça visível e outros órgãos visíveis – em ordem ao fim mesmo que ele atribuiu.»


Carlos Nougué, Do Papa Herético e Outros Opúsculos, pág. 250: «Mas é simpliciter que a Igreja é sociedade perfeita em seu gênero, e, como tal, segundo o dito nas Escrituras e definido pelo Concílio Vaticano I, durará sem solução de continuidade até os fins dos séculos.»


RESPOSTA: A Igreja existiu por anos sem um papa, e isso ocorre a cada vez que um papa morre. A Igreja passou por interregnos papais por mais de 200 vezes na Sua história. O mais longo interregno papal (antes da apostasia do Vaticano II) foi entre o Papa São Marcelino (296-304) e o Papa São Marcelo (308-309). Durou mais de três anos e meio (Cf. Denzinger 51-52e; Warren H. Carroll, A History of Christendom, Vol. 1 (The Founding of Christendom), pág. 494; J.N.D. Kelly, Oxford Dictionary of Popes, Oxford University Press, 2005, pág. 25). Além disso, os teólogos ensinam que a Igreja pode existir mesmo por décadas sem um papa.


Um dos casos mais notórios na história da Igreja foi o do antipapa Anacleto II, que reinou em Roma desde 1130 a 1138. Anacleto foi implantado numa eleição não-canônica depois de Inocêncio II, o verdadeiro Papa, já ter sido eleito. Apesar da sua eleição inválida e não-canônica, o antipapa Anacleto II obteve o controlo de Roma e o apoio da maior parte do colégio de cardeais. Anacleto teve o apoio de quase toda a população de Roma, até que o verdadeiro Papa recuperasse o controlo da cidade em 1138 (A Enciclopédia Católica, «Anacleto», Vol. 1, 1907, p. 447).


O Pe. Edmund James O’Reilly foi um teólogo eminente que viveu na altura do Vaticano I. Ao escrever após o Vaticano I e de suas definições sobre a perpetuidade do ofício papal, ele ensina que Deus poderia deixar a Igreja sem um papa por mais de 39 anos, por exemplo: a duração do Grande Cisma de Ocidente (1378-1417). (Cf. Pe. James Edmund O’Reilly, The Relations of the Church to Society – Theological Essays, 1882.)


O Pe. O’Reilly disse que um interregno (um período sem um papa), que abarcasse todo o período do Grande Cisma Ocidental não é de modo algum incompatível com as promessas de Cristo para com a Sua Igreja. O período do qual está a falar o Pe. O’Reilly iniciou-se em 1378 com a morte do Papa Gregório XI e finalizou essencialmente em 1417, com a eleição do Papa Martinho V. Isto é um interregno (período sem um papa) de trinta e nove anos! E o Pe. O'Reilly foi um dos mais eminentes teólogos do séc. XIX.


O Grande Cisma do Ocidente aconteceu, diz o Pe. O’Reilly, e não temos nenhuma garantia que não ocorram coisas piores que não estejam excluídas das promessas divinas. Não há nada contrário à indefectibilidade [que é uma das propriedades essenciais da Igreja] ao dizer que não temos um papa desde a morte de Pio XII em 1958. O que é contrário à indefectibilidade da Igreja Católica é afirmar que quem promulgou o Concílio Vaticano II foram papas verdadeiros, e que esses poderiam apoiar oficialmente religiões falsas e pagãs, promulgar a Nova Missa protestante, e dizer que não-católicos não precisam de converterem-se para se salvarem. Que a Igreja esteja sem um papa por um largo período da Grande Apostasia é o castigo infligido por Deus à nossa geração devido à maldade do mundo.


A profecia de São Nicolau de Flüe (1417-1487): “A Igreja será punida porque a maioria de seus membros, grandes e pequenos, serão pervertidos. A Igreja ruirá cada vez mais até parecer aniquilada e a sucessão de Pedro e dos Apóstolos interrompida. Será então que ela voltará a ser exaltada triunfalmente diante de todos os cépticos” (Yves Dupont, Catholic Prophecy, Rockford, IL: Tan Books, 1973, pág. 30).


2º OBJEÇÃO: AS PORTAS DO INFERNO

Carlos Nougué, Do Papa Herético e Outros Opúsculos, pág. 233: «O chamado magistério conciliar, e em especial o de Francisco, impõe a muitos de nós um grave dilema. E, com efeito, têm-se-lhe dado duas respostas gerais. A primeira resposta, intencionando, ater-se à promessa de Cristo de que as portas do inferno não prevaleceriam (cf. Mat. 16:18), Termina por calar-se diante de desvios da fé em que incorre o magistério conciliar, ou até segui-los, sendo embora ambas das coisas inconvenientes.»


RESPOSTA: Que são as portas do inferno? Pois bem, a Igreja definiu que as portas do Inferno que o Nosso Senhor mencionou em Mateus 16 são os hereges!


Papa Vigílio, Segundo Concílio de Constantinopla, 553:

“… nós temos em mente o que foi prometido acerca da Santa Igreja e d'Aquele que disse 'as portas do Inferno não prevalecerão contra ela' (entendemos isto como sendo as línguas mortíferas dos hereges)…”


Papa São Leão IX, 2 de Setembro de 1053: “A Santa Igreja edificada sobre uma pedra, isto é, sobre Cristo, e sobre Pedro… porque de modo algum será vencida pelas portas do inferno, ou seja, pelas disputas dos hereges, que seduzem os vãos para as suas ruínas.”


São Tomás de Aquino, Introdução à Catena Aurea (†1262): “A sabedoria pode preencher os corações dos fiéis, e silenciar a terrível insensatez dos hereges, adequadamente representados como as portas do Inferno.


Note que os hereges são as portas do Inferno. Os hereges não são membros da Igreja. Por isso, um herege nunca poderia ser um papa. As portas do Inferno (os hereges) nunca poderiam ter autoridade sobre a Igreja de Cristo. Os que afirmam que as portas do Inferno prevaleceram contra a Igreja não são os que denunciam os antipapas hereges do Vaticano II, mas são aqueles que obstinadamente os defendem como papas, apesar de se poder demonstrar claramente que são hereges manifestos.


Papa Inocêncio III, Eius exemplo, 18 de Dezembro de 1208: “Também cremos com coração e com a boca confessamos uma só Igreja, não de hereges, mas a santa, Romana, católica e apostólica, fora da qual nós cremos que ninguém se salva.”


Enciclopédia Católica, 1914, vol. XI, pág. 456:

Como é óbvio, a eleição de um herege, de um cismático, ou de uma mulher [ao papado] seria nula e inválida.”


Não há nenhum ensinamento da Igreja Católica que se possa citar que seja contrário ao fato de atualmente existir uma falsa seita que tenha reduzido a verdadeira Igreja Católica a um pequeno remanescente nos dias desta Grande Apostasia, e que seja regida por antipapas que falsamente dizem ser papas. Os que afirmam que a seita do Vaticano II é a Igreja Católica afirmam que a Igreja Católica aprova oficialmente as falsas religiões e as falsas doutrinas. Isto é impossível e significaria que as portas do Inferno prevaleceram contra a Igreja Católica.


Santo Atanásio: “Os católicos que se mantêm fiéis à Tradição, mesmo que sejam reduzidos a um punhado, esses são a verdadeira Igreja de Jesus Cristo” (Coll. Seleta SS. Eccl. Patrum. Caillu and Guillou, vol. 32, pp. 411-412).


4 e 5ª OBJEÇÃO: AS DEFINIÇÕES DO CONCÍLIO VATICANO I SOBRE A PERPETUIDADE DO OFÍCIO PAPAL CONTRADIZEM AS AFIRMAÇÕES DOS SEDEVACANTISTAS.



Carlos Nougué, Do Papa Herético e Outros Opúsculos, pág. 252: «Como se pode ver por esta última solução, nossa questão disputada padece certa circularidade. Põe primeiro, com efeito, que não pode faltar à igreja sua autoridade humana suprema, ao que deveria seguir-se a refutação da opinião segundo a qual por herético um papa perde ipso facto a jurisdição. Sucede porém que anteriormente ainda se deve solucionar a objeção segundo a qual de modo algum um pode um papa incorrer em heresia. Sem isso, não se poderia conceder aquela opinião que, sim, um papa pode incorrer em heresia, para mostrar em seguida, no entanto, que não por isso perde ipso facto o papado


Carlos Nougué, Do Papa Herético e Outros Opúsculos, pág. 250: «Mas é simpliciter que a igreja é sociedade perfeita em seu gênero, e, como tal, segundo o dito nas escrituras e definido pelo Concílio Vaticano I, durará sem solução de continuidade até os fins dos séculos.»



Resposta: Os dogmas do Vaticano I não contradizem uma vacância da Sé Papal; de fato, são aqueles que rejeitam os antipapas do Vaticano II os que aceitam consistentemente estes dogmas, uma vez que Bento XVI os rejeita totalmente.


As pessoas que tentam refutar o sedevacantismo citam frequentemente três passagens do Vaticano I. Responderemos especificamente a essas três passagens. Antes de fazê-lo, devemos enfatizar aquilo que acabamos de tratar: houve largos períodos de tempo em que a Igreja não teve um papa. Já mencionamos o interregno de três anos e meio que ocorreu entre o Papa São Marcelino e o Papa São Marcelo.


Apesar de o Papa São Gregório VII ter morrido em 25 de Maio de 1085, não foi senão quase dois anos mais tarde ― em 9 de Maio de 1087 ― que foi eleito o seu sucessor, o Papa Vítor III. Em 25 de Junho de 1243, o Papa Inocêncio IV tornou-se o sucessor nº 179 de São Pedro; contudo, o seu predecessor imediato, o Papa Celestino IV, já havia morrido há mais de um ano e meio ― em 10 de Novembro de 1241. Mais tarde, no mesmo século, os católicos tiveram que esperar quase três anos para que a Igreja, a seguir à morte do Papa Clemente IV, em 29 de Novembro de 1268, nomeasse o novo Papa, São Gregório X, em 1 de Setembro de 1271. Outros exemplos de interregnos de um ano ou mais entre os papas poderiam ser citados; o ponto é que, enquanto que o comum foi uma rápida transferência do poder papal, houve exceções. A crise atual, portanto, certamente não é a primeira em que a Igreja passa por um período significativo sem um papa.


Já discutimos acerca de antipapas que reinaram em Roma e que diziam ser papas, algo que vimos no caso de Anacleto II e no Grande Cisma do Ocidente. Há também um axioma teológico: “o mais ou o menos não altera a espécie; uma mudança de grau não afeta o princípio.” Se a Igreja não falhou na ou perdeu a perpétua sucessão papal durante uma vacância de três anos e sete meses, então a Igreja não falhará na ou perderá a perpétua sucessão papal durante uma vacância de quarenta ou mais anos. O princípio é o mesmo, a menos que exista um ensinamento específico da Igreja que declare um determinado limite temporal ao interregno papal.


Uma vez que não há ensinamento que ponha um limite a tal interregno papal (um período sem um papa), e visto que as definições do Vaticano I sobre a perpetuidade do ofício papal não fazem absolutamente menção alguma acerca das vacâncias papais e por quanto tempo poderiam durar, então, se as definições do Vaticano I refutam a posição sedevacantista (como alguns dizem), então também refutariam a indefectibilidade da Igreja Católica cada vez que a Igreja se encontrasse sem um papa. Mas isto é obviamente impossível e claramente ridículo.


Portanto, por uma questão de consistência, os anti-sedevacantistas que citam o Vaticano I a fim de tentar refutar a “thesis” sedevacantista, devem argumentar que a Igreja nunca pode estar sem um papa, nem sequer por um só momento — o que é um absurdo, evidentemente. Mas isto é exatamente o que, cometendo um erro muito interessante, argumenta um deles num artigo. Isto serve para revelar o profundo preconceito e os erros essenciais da sua posição:

Chris Ferrara, “Oposição à Campanha Sedevacantista,” Catholic Family News, Agosto de 2005, pág. 19: “Nunca em sua história, nem sequer por um momento, a Igreja ficou sem um sucessor de Pedro validamente eleito a seguir a morte de seu predecessor validamente eleito” (Chris Ferrara, “Opposing the Sedevacantist Enterprise”, Catholic Family News, Agosto de 2005, pág. 19).


Isto é obviamente um absurdo e uma completa falsidade. O autor sabe que isto é falso porque, na seguinte frase, ele declara:


Ferrara: “De fato, o interregno mais largo entre dois papas na história da Igreja foi de somente dois anos e cinco meses, entre a morte do Papa Nicolau IV (1292) e a eleição do Papa Celestino V (1294)” (Chris Ferrara, “Opposing the Sedevacantist Enterprise”, Catholic Family News, pág. 19).


Em primeiro lugar, o interregno que ele menciona não foi o mais longo da história da Igreja (como vimos acima). Em segundo lugar, ele reconhece que a Igreja existiu por anos sem um papa. Então afinal houve um bom número de “momentos” na história da Igreja em que não havia papa. Por que nos diria Ferrara que a Igreja não pode estar sem um papa “nem sequer por um momento” quando ele sabe que isso não é correto?

Uma vez que está claro o fato de que a Igreja realmente pode estar sem um papa durante um longo período, analisemos as passagens do Concílio Vaticano I:


1. O Concílio Vaticano I declara que o papado é o fundamento visível e o princípio perpétuo da unidade:


Concílio Vaticano I, Constituição Dogmática sobre a Igreja de Cristo, Sessão 4, 18 de Julho de 1870: “Mas, para que o próprio episcopado fosse um e indiviso, e para que a universal multitude dos fiéis se conservasse na unidade da fé e da comunhão por meio dos sacerdotes ligados entre si, Jesus, ao colocar o bem-aventurado Pedro acima dos demais Apóstolos, nele instituiu um princípio perpétuo e o fundamento visível de ambas as unidades, para que sobre cuja força se construísse um templo eterno, e a sublimidade da Igreja pudesse ascender aos céus sobre a firmeza desta fé” (Denzinger 1821 ).


O que Cristo instituiu em São Pedro (O OFÍCIO DE PEDRO) permanece o fundamento visível e o princípio perpétuo de unidade INCLUSIVE HOJE, E A CADA VEZ QUE NÃO HOUVER PAPA, e isto se demonstra a cada vez que um católico sedevacantista converte um “ortodoxo” cismático oriental à fé católica.


O católico (que é sedevacantista) por caridade informa o cismático oriental de que ele (o cismático “ortodoxo”) não está na unidade da Igreja porque não aceita o que Cristo instituiu em São Pedro (o ofício do papado) e também por não aceitar o que os sucessores de São Pedro ensinaram de obrigatório ao longo da história (por exemplo, o Concílio de Trento, etc.). Este é um claro exemplo de como o ofício do papado está todavia em operação ― e para sempre estará ― como princípio perpétuo da unidade visível, distinguindo os fiéis verdadeiros dos falsos (e a verdadeira Igreja da falsa). Isto permanece como verdadeiro mesmo quando não há Papa, e é verdadeiro hoje para os católicos sedevacantistas. Este ensinamento dogmático do Vaticano I não exclui os períodos quando não há um papa, nem se opõe de maneira alguma à “thesis” sedevacantista.


De fato, enquanto que esta definição mantém-se verdadeira para o sedevacantista, deve-se deixar claro que ESTA DEFINIÇÃO DO VATICANO I PERMANECE VERDADEIRA APENAS PARA O SEDEVACANTISTA. ESTA DEFINIÇÃO DO VATICANO I SOBRE O PAPADO COMO SENDO O PRINCÍPIO PERPÉTUO E FUNDAMENTO VISÍVEL DA UNIDADE É MUITO CERTAMENTE FALSA PARA AQUELES QUE OBEDECEM A BENTO XVI, já que o Vaticano II ensina exatamente o contrário:


Documento do Vaticano II, Lumen gentium, #15: “A Igreja vê-se ainda unida, por muitos títulos, com os batizados que têm o nome de cristãos, embora não professem integralmente a fé ou não guardem a unidade de comunhão com o sucessor de Pedro” (Decrees of the Ecumenical Councils, vol. 2, pág. 860. ).


Vemos que o Vaticano II ensina que o papado não é o fundamento visível da unidade da fé e da comunhão. Ensina que aqueles que rejeitam o papado estão em comunhão com a Igreja. Dado que este é o ensinamento oficial da seita do Vaticano II e dos seus antipapas, aqueles que aderem a eles contradizem os ensinamentos do Concílio Vaticano I citados anteriormente.


Em segundo lugar, o ensinamento do Concílio Vaticano I sobre a perpetuidade do ofício papal somente permanece verdadeiro para o sedevacantista porque Bento XVI ensina explicitamente que não é essencial aceitar o papado para a unidade!


Bento XVI, Principles of Catholic Theology, 1982, pp. 197-198: “Por parte do Ocidente, a máxima exigência seria que o Oriente reconhecesse a primazia de Roma em todo o âmbito da definição de 1870 [Vaticano I] e, ao fazê-lo, se submetesse na prática a uma primazia, tal como a que foi aceite pelas igrejas uniatas… A respeito do protestantismo, a exigência máxima da Igreja Católica seria que os ministros eclesiásticos protestantes fossem considerados como totalmente inválidos e que os protestantes se convertessem ao catolicismo… nenhuma das máximas soluções oferecem qualquer esperança de unidade”.


Já temos demonstrado ― mas era necessário citá-lo aqui novamente ― que Bento XVI menciona especificamente e, logo a seguir, rejeita abertamente o ensinamento tradicional da Igreja Católica de que os protestantes e os cismáticos orientais devem ser convertidos à fé católica e aceitar o Vaticano I (“todo o âmbito da definição de 1870”) para a unidade e a salvação. Ele rejeita especificamente que a definição dogmática do Concílio Vaticano I (aceitar o papado, etc.) é obrigatória para a unidade da Igreja. Além do facto de este ser outro exemplo claro da heresia manifesta dos antipapas do Vaticano II, isto prova que BENTO XVI (O HOMEM O QUAL ELES DIZEM SER O “PAPA”) NEGA PRECISAMENTE O MESMO DOGMA QUE SERVE DE FUNDAMENTO PARA ESTA OBJECÇÃO!


2. O papado perdurará para sempre


Concílio Vaticano I, Constituição Dogmática sobre a Igreja de Cristo, Sessão 4, Cap. 2: “O que Cristo Senhor, Príncipe dos pastores e Grande Pastor das ovelhas, instituiu no bem-aventurado Apóstolo Pedro para a perpétua salvação e para o bem perene da Igreja, mister é que dure perpetuamente por obra do mesmo Senhor na Igreja que, fundada sobre a pedra, permanecerá firme até à consumação dos séculos” (Denzinger 1824).


Sim, o que Cristo instituiu em São Pedro (i. e., O OFÍCIO DO PAPADO) tem necessariamente de permanecer até o fim dos tempos. O que é então o ofício papal? O ofício papal é o ofício de São Pedro exercido por todo verdadeiro e legítimo bispo de Roma. Isto significa e garante que cada vez que há um ocupante verdadeiro e válido do cargo, ele está dotado por Cristo com a infalibilidade (i. e., em sua capacidade docente autoritária e vinculativa), está dotado com a jurisdição suprema sobre a Igreja universal, e é efetivamente a cabeça visível da Igreja. Isto aplica-se a todo ocupante verdadeiro e legítimo do ofício papal até o fim dos tempos. Isto não quer dizer que a Igreja sempre terá um ocupante do cargo papal (como o provam a história da Igreja e as mais de 200 vacâncias papais), nem tampouco significa que seja impossível que um antipapa reine desde Roma (como foi o caso do antipapa Anacleto II, que reinou em Roma de 1130 a 1138). Esta definição não prova nada a favor dos anti-sedevacantistas, portanto, continuemos.


3. Pedro terá perpétuos sucessores em seu primado sobre a Igreja universal


Papa Pio IX, Concílio Vaticano I, Sessão 4, Cap. 2, [cânon]: “Se alguém, pois, disser que não é de instituição de Cristo mesmo, ou por direito divino que o bem-aventurado Pedro tenha perpétuos sucessores no primado sobre a Igreja universal; ou que o Romano Pontífice não é sucessor do bem-aventurado Pedro no mesmo primado, seja anátema” (Denzinger 1825).


Este é o cânon favorito daqueles que se opõem à “thesis” sedevacantista; não obstante, como veremos, também não prova nada a favor da posição mantida por eles. As palavras e as distinções são muito importantes. Entender as distinções e as palavras faz muitas vezes a diferença vital entre o protestantismo e o catolicismo.


O cânon do Vaticano I condena aqueles que negam “que Pedro tenha perpétuos sucessores no primado sobre a Igreja universal.” Note a frase “perpétuos sucessores NO PRIMADO.” Isto, como temos visto, não significa e não pode significar que sempre teremos um papa. Por isso não disse que “sempre teremos um papa.” É um fato que houve períodos sem um papa. Então, o que significa o cânon?


Para compreender este cânon, devemos recordar que há cismáticos que mantêm que, ao próprio São Pedro, foi dado por Jesus Cristo o primado sobre a Igreja universal, mas que o primado sobre a Igreja universal terminou com São Pedro. Eles mantêm que os bispos de Roma não são os sucessores no mesmo primado que teve São Pedro. Eles mantêm que a autêntica força do primado não descende aos papas, apesar de serem os sucessores de São Pedro como bispos de Roma. Mais uma vez: os “ortodoxos” cismáticos admitiriam que os bispos de Roma são sucessores de São Pedro de certo modo porque são sucessores como bispos de Roma, mas não são sucessores com a mesma primazia jurisdicional sobre a Igreja universal que teve São Pedro em sua vida. Esta é a heresia da qual trata o cânon acima citado.

Esta heresia ― que nega que um papa seja o sucessor de São Pedro no mesmo primado perpetuamente (isto é, cada vez que haja um papa até o fim dos tempos, ele será um sucessor no mesmo primado, com a mesma autoridade que teve São Pedro) ― é precisamente o que este cânon condena.


Papa Pio IX, Concílio Vaticano I, Sessão 4, Cap. 2, [cânon]: “Se alguém, pois, disser que não é de instituição de Cristo mesmo, ou por direito divino que o bem-aventurado Pedro tenha perpétuos sucessores no primado sobre a Igreja universal; ou que o Romano Pontífice não é sucessor do bem-aventurado Pedro no mesmo primado, seja anátema”(Denzinger 1825).


Quando entendemos bem isto, torna-se claramente visível qual é o significado deste cânon. Isto é enfatizado no final com as palavras “ou que o Romano Pontífice não é o sucessor do bem-aventurado Pedro no mesmo primado, seja anátema.” O cânon não está declarando que teremos sempre um papa ou que não haverá intervalos, como claramente os tivemos. O significado do cânon é claro no que diz. Condena aqueles que negam que Pedro tenha sucessores perpétuos no primado – isto é, aqueles que negam que cada vez que haja um verdadeiro e legítimo papa até o fim dos tempos, ele será um sucessor no mesmo primado, com a mesma autoridade de que São Pedro possuiu.

Este cânon não prova nada a favor dos anti-sedevacantistas, mas prova algo para nós. Lembre-se, Bento XVI também rejeita este dogma sobre o primado dos papas! [Embora a seguinte citação tenha sido escrita por Bento XVI quando era “cardeal,” não existe evidência de que como “papa” se tenha retratado do que disse quando era “cardeal,” portanto, presume-se que continua mantendo essa crença ou posição. Se deseja ver as heresias mais recentes durante o seu falso “pontificado,” leia a secção “As heresias de Bento XVI.”]


BENTO XVI REJEITA TOTALMENTE ESTE CÂNON E O VATICANO I


Bento XVI, Principles of Catholic Theology, 1982, pág. 198: “Nem tampouco é possível, por outro lado, que se considere como a única forma possível e que, em consequência, seja vinculativa para todos os cristãos a forma que tomou esta primazia nos séculos XIX e XX [Nota do autor: isto significa que os cismáticos não precisam de aceitar o Vaticano I]. Os gestos simbólicos do Papa Paulo VI e, em particular, o haver se ajoelhado ante o representante do patriarca ecumênico [o patriarca cismático Atenágoras] foram um intento de expressar precisamente isto e, por tais gestos, indicar o caminho para sair do impasse histórico… Por outras palavras, Roma não deve exigir mais do oriente no que diz respeito à doutrina da primazia do que aquilo que fora formulado e vivido no primeiro milênio. Quando o Patriarca Atenágoras [o cismático não-católico], em 25 de Julho de 1967, por motivos da visita do Papa a Fanar, o designou como sendo o sucessor de São Pedro, como o mais estimado dentre nós, como um que preside na caridade, este grande líder da Igreja estava a expressar o conteúdo eclesial da doutrina da primazia como foi conhecida no primeiro milênio. Roma não tem por que pedir mais”.


Isto significa, uma vez mais, que, segundo Bento XVI, todos os cristãos não estão obrigados a crer no papado tal como foi definido no Concílio Vaticano I em 1870. Isto significa que os “ortodoxos” cismáticos de fato podem rejeitar o papado. Isto é uma negação flagrante do Concílio Vaticano I e da necessidade de aceitar a primazia por parte daquele que afirma ser “o papa.” Quem clamará contra esta demência abominável?


Papa Pio IX, Concílio Vaticano I, 1870, Sessão 4, Cap. 3, ex cathedra: “… todos os fiéis de Cristo devem crer que a Santa Sé Apostólica e o Romano Pontífice possuem o primado sobre todo o mundo, e que o mesmo Romano Pontífice é sucessor do bem-aventurado Pedro, príncipe dos apóstolos, e verdadeiro vigário de Jesus Cristo e Cabeça de toda a Igreja… Além disso, ensinamos e declaramos que a Igreja Romana, pela disposição do Senhor, possui o principado de poder ordinário sobre todas as outras… Tal é a doutrina da verdade católica, da qual ninguém pode desviar-se sem que perca a e a sua salvação”(Denzinger 1826-1827).


Além disso, note que Bento XVI reconhece que os gestos simbólicos de Paulo VI ao patriarca cismático “foram um intento de expressar precisamente isto,” isto é, seus gestos (tais como ajoelhar-se perante um representante não-católico, o patriarca cismático Atenágoras) significaram que os cismáticos não precisam de crer no papado e no Vaticano I! Considere isto como uma prova contundente de tudo o que temos dito a respeito dos gestos e atitudes incessantes de João Paulo II perante os cismáticos, por exemplo: dar-lhes relíquias; fazer-lhes doações; elogiar as suas “igrejas”; sentar-se em cadeiras ao mesmo nível que as deles; assinar declarações comuns com eles; levantar as excomunhões contra eles.


Nós mostramos vezes sem conta que estas ações por si mesmas (nem sequer considerando suas outras declarações) constituem uma demonstração de que eles ensinam que os cismáticos não têm de aceitar o dogma do papado. Inúmeros falsos tradicionalistas e membros da Igreja do Vaticano II negam este facto e tratam de explicar tais gestos como meramente escandalosos ou algo do gênero, mas não heréticos. Bem, aqui temos Ratzinger ― agora Bento XVI, a nova “cabeça” da Igreja do Vaticano II ― admitindo precisamente o que temos dito.


Portanto, diga-me por favor, caro leitor: Quem na verdade nega o Concílio Vaticano I? Quem nega os dogmas sobre a perpetuidade, a autoridade e as prerrogativas do ofício papal? Quem nega o que Cristo instituiu em São Pedro? Por acaso são os sedevacantistas, que dizem acertadamente que aquela pessoa que nega o Vaticano I está fora da Igreja, fora da unidade ― uma vez que rejeita, entre outras coisas, o princípio perpétuo da unidade, que é o papado ― e, portanto, que essa pessoa não pode ser a cabeça da Igreja e ocupar um cargo no qual ela mesma não crê?


São Roberto Belarmino (1610), Doutor da Igreja: “Um Papa que é manifestamente um herege automaticamente deixa de ser Papa e Cabeça, tal como ele deixa automaticamente de ser cristão e um membro da Igreja. Por conseguinte, ele pode ser julgado e punido pela Igreja. Este é o ensinamento de todos os Padres da antiguidade que ensinam que hereges manifestos perdem automaticamente toda a jurisdição.


São Francisco de Sales, Doutor da Igreja: “De fato, seria um dos mais estranhos monstros que poder-se-ia alguma vez encontrarse a cabeça da Igreja não fosse da Igreja” (São Francisco de Sales, The Catholic Controversy, Tan Books, 1989, pág. 45).


Ou, por acaso, os verdadeiros negadores do papado e do Vaticano I não serão aqueles que professam a união com um indivíduo que claramente nem sequer crê no Concílio Vaticano I; um homem que nem sequer crê que o papado e o Vaticano I sejam obrigatórios para todos os cristãos; um homem que nem sequer crê que o papado era aceite no primeiro milênio?


A resposta é evidente para qualquer pessoa sincera e honesta que considere estes fatos. São os antipapas Bento XVI, João XXIII, Paulo VI, João Paulo I, João Paulo II e o atual Francisco, e todos os que obstinadamente persistem em manter-se em união com ele(s), quem negam o papado; os verdadeiros fiéis ao papado e à unidade da Igreja são os sedevacantistas.


 

CARLOS NOUGUÉ SOBRE O MAGISTÉRIO DA IGREJA


Carlos Nougué, Do Papa Herético e Outros Opúsculos, pág. 255: «Deve dizer-se que, segundo o posto ou suposto pelo próprio magistério da Igreja, algum papa pode desviar-se de algum modo da fé.»


A sua falsa posição de que o Magistério e algum papa pode desviar-se de algum modo da fé ou ensinar oficialmente erro está, naturalmente, conectada ao seu reconhecimento contínuo da falsa e corrupta seita Vaticano II. Como ele não aceita o ensinamento católico sobre a infalibilidade do Magistério e sobre a liberdade da Igreja do erro, ele sente-se confortável com um pseudo-magistério que ensina consistentemente heresia, falsa doutrina e leva as pessoas ao Inferno.


Se, de acordo com os falsos tradicionalistas, os papas podem ensinar falsas doutrinas em encíclicas por mais de 50 anos após o Vaticano II, por que razão o ensinamento de mais de 50 anos contra liberdade religiosa nas encíclicas anteriores ao Vaticano II não poderia ser falso? Isto é mais uma ilustração da total falsidade da posição deles. De facto, se a seita Vaticano II vier com um documento oficial dirigido à Igreja universal no período atual, é provável que não contenha apenas erro evidente, mas numerosas heresias flagrantes (por exemplo, Amoris Laetitia e Evangelii Gaudium). Essa é uma característica de uma seita herética, não da Igreja Católica.


Quando alguém realmente acredita no ensinamento da Igreja Católica de que o Magistério e a Igreja são livres de erro e aceita esse ensinamento, essa pessoa reconhecerá muito mais rapidamente a verdadeira posição: que a seita do Vaticano II não é a Igreja Católica, e que os pretendentes do Vaticano II ao Papado são antipapas. Assim, a compreensão deste ensinamento da Igreja é muito importante. Então, seguem-se algumas citações que estabelecem o ensinamento da Igreja Católica sobre a liberdade do Magistério e da Igreja Católica do erro. Os verdadeiros católicos acreditam nisso; falsos tradicionalistas não.


Papa Pio XI, Divini Illius Magistri (#18), 31 de Dezembro de 1929: «… o próprio Deus fez a Igreja participante do magistério divino e, por benefício Seu, imune de erro


Papa Pio XI, Divini Illius Magistri (#16), 31 de Dezembro de 1929: «A este magistério foi conferida por Cristo a imunidade de erro…»


Papa Gregório XVI, Commissum Divinitus (#4), 17 de Maio de 1835: «… A Igreja tem, pela sua instituição divina, o poder do magistério para ensinar e definir questões de fé e moral e para interpretar as Sagradas Escrituras sem perigo de erro


Papa Leão XIII, Caritatis Studium (#6), 25 de Julho de 1898: O Magistério «não pode de modo algum comprometer-se com ensinamento errôneo.»


Papa Pio X, Editae Saepe (#8), 26 de Maio de 1910: «… só um milagre desse poder divino poderia preservar a Igreja... de mancha na santidade de Sua doutrina…»


Papa Pio XI, Quas Primas (#22), 11 de Dezembro de 1925: «… a perfeita e perpétua imunidade da Igreja do erro e da heresia


Papa Leão XIII, Satis Cognitum (#9), 29 de Junho de 1896: «A prática da Igreja tem sido sempre a mesma, apoiada pelo juízo unânime dos Santos Padres, que sempre consideraram como excluídos da comunhão católica e fora da Igreja qualquer um que se desvie, no menor grau que seja, de qualquer ponto de doutrina proposta pelo seu magistério autêntico


Além disso, note aqui que a Igreja é infalível no seu “magistério autêntico”. O Papa Leão XIII declara que negar o ensinamento do “magistério autêntico” é separar-se da Igreja. A posição de que o “magistério autêntico” pode conter erro é comum entre falsos tradicionalistas. Mesmos inúmeros sedevacantistas, que seguem as afirmações errôneas de certos teólogos pré-Vaticano II, adotaram a terminologia imprecisa de que o “magistério autêntico” constitui o ensinamento do Romano Pontífice que pode ser errôneo. Como vemos acima, não, não pode. O magistério autêntico é a autoridade de ensinamento da Igreja que vincula sob pena de expulsão automática da sociedade. É, portanto, infalível. Alguns respondem que esta ênfase nos termos “magistério” e “magistério autêntico” é apenas uma questão de semântica, pois todos admitem que nem tudo o que um Romano Pontífice diz ou ensina é infalível. Não, não é apenas uma questão de semântica. Embora seja certamente verdade que nem tudo o que um Romano Pontífice pronuncia ou ensina é infalível ou constitui um ensinamento real/oficial do Magistério, é muito importante permanecer fiel à linguagem da Igreja. Quando uma pessoa permanece fiel à linguagem da Igreja, que o Magistério é livre de erro, será naturalmente conduzida à verdade e evitará muitos erros.


 

CARLOS NOUGUÉ SOBRE A HERESIA DA “ALMA” DA IGREJA


Carlos Nougué, Do Papa Herético e Outros Opúsculos, pág. 244-245: «Solutio. A graça eficaz dá-se aos eleitos na hora da morte. Mas entre os eleitos estão alguns que não se encontram no corpo da Igreja, razão, por que a graça eficaz os faz unir-se à alma da Igreja in articulo mortis.

Nota: “Baste afirmar que, sendo Cristo a cabeça da Igreja, o Espirito Santo é sua alma”, escreve Leão XIII na enciclica Divinum Illud (AAS 29 [1896-97], P. 650). E lê-se no Catecismo de 1912 (n.142) de São Pio X: “Quem está fora igreja por culpa própria e morre sem contrição perfeita não se salva; mas quem aí se encontra sem culpa própria e vive bem pode salvar-se com amor de caridade, que une a Deus, e, em espírito, também à Igreja, isto é, à alma desta [ou seja, o Espírito Santo]. (…) Mas para que dure até ao fim do século é preciso que este poder se participe a órgãos que também durem sem defecção até o fim dos tempos.»


Aqui vemos que o Sr. Nougué está a negar o dogma Extra Ecclesiam Nulla Salus, ao afirmar que os que estão fora da Igreja, estão ao mesmo tempo dentro da Igreja e que são salvos mediante a “alma da Igreja”. Ele distorce o ensinamento do papa Leão XIII e cita um catecismo. Deve-se notar que este catecismo (que é por vezes chamado de Catecismo de Pio X) é na realidade chamado de Catechismo Della Dottrina Cristiana (1912). É um catecismo que os liberais e modernistas amam citar. Não foi infalível ou imposto universalmente. Um papa é infalível somente quando se pronuncia magistralmente. Este catecismo foi aprovado somente para o uso em Itália, e na verdade, contém duas heresias. Papas não são infalíveis ou imaculados quando aprovam obras gerais em capacidade não-infalível e não-universal. Por exemplo, diversos papas deram uma aprovação genérica à Summa Theologiae de São Tomás. Isto não significa que a Igreja acate o erro de São Tomás na Summa Theologiae sobre a Conceição Imaculada.


Ademais, pode-se provar que este catecismo não é infalível pelo fato de este ensinar a heresia abominável de que há salvação «fora» da Igreja (Obs: há contradições neste catecismo, uma vez que ele também afirma que NÃO há salvação fora da Igreja Católica). Certas afirmações neste catecismo são, infelizmente, um exemplo da heresia que estava a penetrar antes do Vaticano II. Ademais, repare que o catecismo atribuído a São Pio X ensina a heresia que pessoas podem estar unidas à “Alma” da Igreja, enquanto que não estão unidas ao Corpo. Tal como já foi provado, a Igreja Católica é um Corpo Místico. Aqueles que não fazem parte do Corpo, não fazem parte de todo.


Papa Pio XI, Mortalium Animos (#10) 6 de Janeiro de 1928: «Pois, uma vez que o Corpo Místico de Cristo é um só, compacto e adequadamente conexo à semelhança do Seu corpo físico, seria tolice e absurdo afirmar que o Corpo Místico é composto de membros separados e desunidos: quem, portanto, não está unido ao Corpo não é Seu membro e nem está em comunhão com Cristo, Sua cabeça


Um homem só pode estar ou dentro da Igreja ou fora da Igreja. Ele não pode estar simultaneamente dentro e fora do Corpo. Não existe um terceiro domínio no qual a Igreja exista — uma Alma invisível da Igreja. Aqueles que dizem que é possível ser salvo por pertencer à Alma da Igreja, não pertencendo ao seu Corpo, negam a unidade indivisa da Alma e Corpo da Igreja; o que é análogo a negar a unidade indivisa das naturezas Divina e Humana de Cristo.


Papa Leão XIII, Satis Cognitum (#3), 29 de Junho de 1896: “Por esta razão, a Igreja é frequentemente referida nas Sagradas Letras como um corpo, e também como corpo de Cristo… Disto segue-se que estão em erro pernicioso aqueles que, retratando uma Igreja à medida de seus desejos, imaginam-na oculta e invisívelAmbas as concepções são igualmente incompatíveis com a Igreja de Jesus Cristo, assim como tanto o corpo quanto a alma são incapazes de pôr si só constituírem um homem. A conexão e união de ambos os elementos é absolutamente necessária à verdadeira Igreja assim como o é a união íntima da alma com o corpo à natureza humana. A Igreja não é uma espécie de cadáver: é o Corpo de Cristo animado com a sua vida sobrenatural.

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